É um problema de saúde mental crônico caracterizado pela manifestação de um conjunto específico de sintomas.
É Mais comum em meninos do que em meninas. Ocorrem mais sintomas de desatenção em meninas e de hiperatividade / impulsividade em meninos (o encaminhamento de meninos é mais precoce). Na adolescência persistem a desatenção e a impulsividade; a hiperatividade se transforma em inquietação.
Quando bebê já apresenta agitação incomum (sono e choro). Na primeira infância já é possível observar agressividade, tristeza, irritabilidade, comportamento opositivo. Na creche e na pré-escola apresentam dificuldades de adaptação.
Na idade escolar ocorre o período crítico para o diagnóstico. Apresentam dificuldades na sala de aula, problemas para fazer o dever de casa, em média, 20-25% apresentam problemas de leitura e desempenho escolar irregular.
Na adolescência, o diagnóstico se mantém em 85% dos casos. Alguns podem apresentar problemas de conduta ou conduta anti-social e uso de drogas. É comum ocorrer fracasso escolar com repetência, abandono ou expulsão. Os problemas emocionais são agravados com tendência a depressão. Há grande probabilidade de iniciação sexual precoce com maiores índices de gravidez e DSTs
Na fase adulta, metade dos casos pode persistir, sendo que os problemas aparecem no trabalho (mudam muito de emprego; não são pontuais; não cumprem prazos; têm baixa persistência; etc.) e geralmente apresentam dificuldades nos relacionamentos amorosos.
Desatenção:dificuldade na atenção seletiva
Freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras atividades. Com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra. Não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções).
Com freqüência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades. Evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa). Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais).
Hiperatividade: dificuldade na atenção sustentada
Freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira, abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado. Corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação). Tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer. Está freqüentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse “a todo vapor“. Freqüentemente fala em demasia.
Impulsividade: Dificuldade para conter os impulsos
Freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas. Tem dificuldade para aguardar sua vez. Freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras).
Para o diagnóstico é preciso observar se alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção que causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade. Se algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa). Além disso, deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
DICAS PARA LIDAR COM O TDAH
- A criança deve ter uma atividade física;
- Entender que a criança com TDAH deve repor as energias com mais freqüência, daí a importância de passeios e cochilos;
- A criança não pode ficar o tempo todo dentro de casa;
- Estabelecer regras e limites que também devem ser obedecidos pelos pais;
- Estabelecer rotinas com períodos para descanso e lazer;
- O estudo deve acontecer do jeito que a criança achar que deve acontecer, inclusive com a TV ligada. Se não der certo, outra maneira deve ser negociada com a criança;
- Empenho é mais importante que desempenho;
- As tarefas devem ser subdividas para serem realizadas em tempo menor;
- Elogiar o sucesso da criança;
- Ser direto e falar olhando nos olhos;
- Entender e perguntar sobre os sentimentos do filho e atender a seus pedidos, se possível;
- Usar mural, lembretes, listas, calendários e dar prêmios aos bons resultados. Mostrar que a própria vida premia em longo prazo;
- Estimular o uso de agendas que devem ser checadas diariamente;
- Manter contato com os professores e acompanhar o que acontece na escola.
DICAS PARA INCENTIVAR O ESTUDO EM CASA:
- O ambiente deve ter poucos estímulos à distração;
- Deixar a criança escolher o melhor local e horário para ela realizar o dever de casa;
- Mostrar aos poucos para a criança quais são as melhores opções;
- Alternar tarefas que a criança gosta com as que ela gosta menos;
- Permitir intervalos no horário de estudo;
- Planejar tarefas de longo prazo, dividindo-a em pequenas partes por dia (ex.: ler um livro);
- Ao adotar um professor particular demonstrar que sua função é de dar reforço e não de substituir o que deve ser feito em sala de aula;
- Não cronometrar o tempo da tarefa, pois isto aumenta a impulsividade e o número de erros;
- A criança com TDAH se cansa muito mais na escola que as crianças sem o TDAH, uma vez que seu esforço para se concentrar é bem maior. Então, forçar horas de dever de casa não é a solução para a aprendizagem da criança;
- Exercitar a memória da criança com joguinhos e brincadeiras.
- AOS PORTADORES (crianças, adolescentes e adultos):
- Educar-se sobre o transtorno;
- Buscar grupos de apoio;
- Aprender a se abrir com pessoas mais próximas sobre as próprias dificuldades;
- Lidar criativamente com os sintomas, manter o bom humor;
- Não usar o TDAH como desculpa;
- Usar agendas eletrônicas com alarme;
- Agendas no computador;
- Fazer lista de compromissos, tentar resolver tudo sem deixar tarefas pendentes;
- Esforçar-se para não se envolver com muitas coisas ao mesmo tempo. Aprender a dizer não;
- Fazer atividades físicas;
- Descobrir a melhor maneira de recarregar as energias (passear, viajar, cochilos);
- Perceber seu humor, evitar contatos com as pessoas, se necessário;
- Estabelecer prioridades na vida. A pessoa com TDAH aborrece-se e dá importância igual a coisas de diferentes níveis de preocupação. É necessário se preocupar somente com o que realmente importa;
- Descobrir seu melhor funcionamento nas tarefas diárias. Estabelecer intervalos durante as atividades;
- Prestar a atenção nos comentários que as pessoas próximas fazem a seu respeito. A auto-observação do portador é deficitária