O que é depressão e quais são seus sintomas?
Antes de apresentar os principais sintomas de depressão,torna-se necessário esclarecer o que é depressão, uma vez que o termo é bastante difundido na sociedade chegando muitas vezes, a ser usado de maneira pejorativa nos meios sociais e de senso comum. O que é um erro muito grande, tendo em vistas as consequências que a depressão pode provocar nas pessoas acometidas por esse transtorno.
A depressão é considerada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma das doenças mais incapacitantes da atualidade, sendo um dos principais transtornos de humor. A depressão é vista pela OMS como uma das principais causas de mortes por doenças nos próximos anos na população em geral. A prevalência da depressão vem crescendo em todo o mundo e de maneira alarmante no Brasil, onde já somos o primeiro colocado na América Latina e estamos entre os primeiros no mundo.
Os sinais de depressão, são transtornos de humor que se caracteriza por um desequilíbrio bioquímico no cérebro, que produz respostas inadequadas, podendo provocar reações emocionais ou comportamentais desproporcionais e descontextualizados em relação aos fatos de uma situação específica.
Ter oscilações de humor é normal, uma vez que o estado de ânimo (timía) numa pessoa normal sofre oscilações ao longo do tempo. Logo, o Humor Normal – deve flutuar entre os diversos estados: de alegria, tristeza, ansiedade, medo e raiva. Essas oscilações não são suficientes para o diagnóstico da depressão. A depressão seria então a vivência do estado de humor anormalmente baixo. Mas, não é só isso.
A expressão depressão vem do latim depressione, que significa ato de deprimir-se, ou estar sob pressão. A depressão profunda não é um estado de tristeza profunda, nem uma simples falta de energia, preguiça ou mau humor. Portanto, a depressão é uma doença psiquiátrica que requer diagnóstico médico e tratamento especializado.
O que causa os sintomas de depressão?
Muitos perguntam como é ter depressão? As causas da depressão são relacionadas aos fatores ambientais, pessoais (personalidade), biológicos e genéticos. A explicação mais provável diz respeito a um desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Ou seja, o funcionamento do cérebro deprimido é desequilibrado e não está sob o domínio do querer consciente de quem sofre com a depressão.
Existem alguns fatores agravantes da depressão, mas não podemos afirmar, que são esses os fatores que causam a depressão, mas podemos considerar como sintomas que muitas vezes desencadeiam ou precipitam a depressão como por exemplo: momentos de crises relacionados ao desemprego, a doenças graves ou incapacitantes e outras doenças emocionais, histórico familiar de depressão, fase da adolescência, eventos estressantes como perdas diversas, luto mal elaborado, personalidade prévias predispostas ou vulneráveis a frustrações e hipersensíveis, uso de medicamentos, drogas ou álcool.
Algumas pessoas com depressão podem apresentar sintomas somáticos (físicos), juntamente ou, ao invés dos sintomas emocionais de tristeza, angústia, medo, etc. Esses sintomas físicos podem ser, por exemplo, dores vagas e imprecisas, tonturas, cólicas, falta de ar, dentre outras. Na Depressão é muito freqüente um déficit na capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões. O hemisfério cerebral direito responsável pelas emoções fica hiper-ativado, enquanto o esquerdo torna-se pouco acessível ao aspecto racional, dificultando assim o equilíbrio nas avaliações e decisões. Os indivíduos com depressão podem apresentar enfraquecimento da memória ou mostrar-se facilmente distraídos. É comum ocorrer alteração do sono, com episódios de insônia ou hipersonia, redução da libido e alterações do apetite. A capacidade de organização e planejamento fica comprometida, assim, a produtividade também pode ser prejudicada. É muito comum aparecerem pensamentos e tentativas de suicídio, sendo inclusive a depressão ( quando não tratada) apontada como uma das maiores causas de suicídios.
O indivíduo com depressão geralmente apresenta expressão facial triste, com predomínio de apatia, olhar melancólico e apreensivo, testa franzida, ombros curvados, tendência ao choro, sem esperança, desencorajado, isolado, rejeitado, não amado. Apresenta lentificação psicomotora (movimentos lentos) e redução na capacidade de sentir prazer, a vida fica sem cor. Há perda de interesse pelas atividades, e pela interação com as pessoas, falta de motivação e de sentido pela vida. O humor torna-se facilmente irritável. A auto-estima é baixa, sentem-se inadequados, inferiores, inaptos, incompetentes, sem valor e culpados por seus fracassos.
A auto-avaliação é sempre negativa, predominam sentimentos e idéias negativas como insegurança, temor, medo, menos-valia, fracasso, ruína, inferioridade, inutilidade, insuficiência, auto-recriminação, pecado, perda de inteligência, vazio, desesperança e morte. Esses conteúdos provocam constantes ruminações depressivas, favorecendo assim a manutenção do quadro de depressão.
Como há uma alteração cerebral na depressão, o pensamento torna-se lento e pessimista. As pessoas com depressão acreditam que não resolverão seus problemas e as coisas piorarão cada vez mais, o futuro é impensável ou desastroso, até porque a tendência é ruminar os eventos do passado. Assim motivação para qualquer afazer fica reduzida, e como se consideram incapazes, não lutam nem buscam ajuda para resolver seus problemas, fazendo com que o sentimento de impotência ganhe proporções gigantescas. Não veem soluções, e acreditam que ninguém será capaz de lhes ajudar. Tendem a evitar contatos sociais e atividades que poderiam lhes proporcionar sentimentos positivos.
A depressão, assim como outros transtornos de humor, pode ter início súbito e remitir espontaneamente ou apresentar curso crônico ao longo da vida. Apresenta bom prognóstico quando corretamente diagnosticada e tratada.
Como sair da depressão
Práticas terapêuticas não medicamentosas como a psicoterapia, mindfulness e acupuntura são fortes aliadas dos já amplamente conhecidos antidepressivos no combate à depressão. É importante também uma dieta equilibrada, aliada a prática de atividades físicas regulares, com períodos de exposição ao sol, para a absorção de vitamina D, além da manutenção dos hábitos de boa higiene e do sono a fim de manter um cuidado com o período e a qualidade do sono.
Depressão tem cura?
Após o diagnóstico da depressão, com o tratamento adequado os sintomas tendem a reduzir e juntamente com a mudança de hábitos, a pessoa volta a sentir disposição, esperança e prazer, fazendo com que o próprio corpo volte a produzir os hormônios necessários para continuar o combate à depressão. Nesse momento é extremamente relevante a busca por uma rede de apoio social que promova sentimentos de pertencimento e bem estar, para a manutenção de uma melhor qualidade de vida.