A autoestima pode estar baixa ou alta, dependendo da autoavaliação que fazemos, ou, da autoimagem que temos de nós mesmos. Alguns fatores influenciam essa percepção.
A cultura capitalista com grande ênfase no mundo materialista e consumista interfere negativamente, na medida em que as pessoas começam a medir os valores, pela quantidade e qualidades das posses que têm, e não pelo que são. Mas, antes mesmo de ser inserida na sociedade é dentro de casa que a criança aprende sobre o quão importante ela é para o mundo. Nesse sentido, a criança não nasce com autoestima. Por isso, não têm ideia de seu valor pessoal. Esse autovalor é construído a partir da relação estabelecida com os pais, ou com os primeiros cuidadores. Logo, o autovalor depende da dedicação e atenção que lhe é conferida desde a tenra idade.
Com o passar do tempo, esse valor, quer seja positivo, ou negativo, será introjetado pela criança e determinará sua autoestima.
Quando uma criança é ameaçada com a retirada do amor dos pais, ela não aprende que tem valor intrínseco. Quando só é recompensada pelo que faz de preferência sem erros, estabelece- se a ditadura da meritocracia, onde a criança se sente amada somente pelo que faz. As comparações com outros, poderá dar origem a competições que levarão a preocupações com resultados e gerar ansiedades. Todos esses fatores determinarão a noção de valor relativo ao que ela faz e como faz. Logo, a criança não aprende que é uma pessoa de valor próprio.
E por isso, não consegue na fase adulta, sair da condição dependente do olhar do outro. Situação que a deixará vulnerável e à mercê do julgamento dos outros, quer seja sobre sua aparência, comportamento ou decisões. Consequentemente, aparece desde cedo, sentimentos de inferioridade, insegurança, vergonha e culpa.
Mas, nem tudo está perdido. Se não tivemos esse aprendizado na infância, podemos trabalhá-lo nas fases seguintes. É claro que o esforço será maior, mas não é impossível.
Primeiro, estabeleça metas reais e possíveis de serem atingidas. Lembre-se, um passo de cada vez. As metas devem ser direcionadas para o desempenho, e não para o resultado. Ou seja, se reconheça e se elogie por estar conseguindo caminhar em direção ao objetivo proposto. Não se preocupe com a perfeição, a melhora deve ser gradativa e aumentará sua autoconfiança e o seu autoconceito. A sensação de dever cumprido deve ser comemorada como sucesso por você, isso lhe dará mais energia para as próximas etapas. Lembre-se, a procrastinação leva a um sentimento de derrota.
Identifique seus gostos, seus desejos e seus sonhos. A baixa autoestima e o baixo autoconceito fundamentam-se num período de dependência e fragilidade. Agora suas ações são de autonomia. Procure fazer as coisas que você gosta, se dê um presente, vá a lugares interessantes e converse com pessoas agradáveis. Boas amizades e boas convivências ajudam a nos sentirmos melhores com nós mesmos, e com os outros.
E não se esqueça de valorizar-se pelo o que você é, integralmente, com seus erros, fraquezas, dificuldades, mas também com as suas acertos e vitórias.