O excesso de informações em tempo real estimula, atrai, impulsiona e provoca movimentos em ritmos acelerados. Muita coisa interessante e acessível a partir de uma navegação no conforto de casa, possibilita a interação com os mais variados tipos de pessoas. De repente, aquele ídolo inatingível responde a um comentário seu, ou um estranho do outro lado do mundo, torna-se um “amigo” devido a certas afinidades ou ideologias e por aí vai…
Porém, essa possibilidade de conexão também pressiona, sobrecarrega e sufoca, podendo desencadear a paralisia do pensar, do sentir. O comodismo ou o encantamento de conectar-se com o mundo, de dentro de casa atrofia o corpo e estimula a mente. Os movimentos necessários para a saúde física restringiram-se aos simples movimentos dos dedos. Os jogos e brincadeiras, antes estimulados por toques e contatos físicos, aprendizagem de regras, limites e do processo de lidar com as frustrações, agora se limita à interação entre personagens fakes, que são deletados facilmente diante das virtuais perdas.
O mundo virtual virou realidade, e parece ser um caminho sem volta. Como diria o personagem de um desenho animado, “para o alto e avante”; quer seja na intensidade que aprisiona, esporadicamente para uma espiadinha, ou pelo flagra de uma câmera, nas mãos de um transeunte. Este novo mundo presente em nossas relações pessoais e profissionais vem fazendo com que a distância entre uma simples e descompromissada postagem e uma explosão com repercussões mundiais, fique a apenas um click de intenções das mais diversas categorias, seja de curtição, compartilhamento, comentários de apoio e admiração, ou repulsa, preconceito e ódio.
Percebemos que as diferenças de opiniões provocam os mais variados comportamentos, causando muitas vezes, conseqüências que vão muito além da defesa do ponto de vista. O então conforto e segurança do lar, pode se tornar um tormento, ameaçado e vulnerável diante da exposição da vida até então privada. Estamos aprendendo o “efeito borboleta” de nossas ações digitais.
Nesse mundo imerso em “redes” sociais virtuais todos nós estamos sujeitos a sermos fisgados por algum nó, e cada vez mais, torna-se necessário sabermos desentrelaçarmo-nos desse emaranhado de conexões para voltarmos a ter liberdade para nadar em águas calmas, mesmo em meio à exposição e vigília de todos os tipos de pescadores, sendo que muitos deles estão vorazes com seus anzóis para acabar logo com a presa. Portanto, um simples mergulho durante a navegação pode causar uma tsunami na vida de várias pessoas.
Curta, compartilhe, comente, ou, simplesmente siga indiferente, estamos todos aprendendo a nos lançarmos nessa rede.